Hudson Marçal*
Ano marcado pela pandemia, isolamento social, paralisação ou retração das atividades econômicas, 2020 apresentou desafios jamais imaginados. Como conciliar medidas de proteção contra o novo coronavírus com a preservação dos negócios, de emprego e renda? Como não apenas levar adiante o que já estava em andamento mas também expandir projetos, alguns dos quais tiveram êxito surpreendente em meio à crise? Foi sem dúvida um ano de muitas e duras lições, mas também de confirmação de que há alternativas, possibilidades, até nas mais difíceis situações. Exemplo disso é dado pelo Governo de Goiás que via GoiásFomento, garante acesso ao crédito aos micro, pequenos e médios empreendedores goianos, no momento em que mais precisam, ao mesmo tempo em que possibilita condições para que os pagamentos dos empréstimos sejam efetuados em dia.
Graças à adoção de programas e medidas que têm permitido aos empresários regularizar sua situação, como o atendimento individualizado, a prorrogação de parcelas e a renegociação de contratos, a agência goiana registrou em novembro índice histórico de inadimplência, de 4,9%. Os clientes estão pagando as contas, apesar das turbulências e incertezas. Em outubro, esse índice já havia caído para 6,2%, inferior ao de setembro (7,5%) e o menor desde dezembro de 2019. Um feito considerável, quando se observa que devido às restrições impostas pela Covid-19, esse porcentual vinha crescendo, atingindo 8,1% em maio, 10% em junho e o ápice de 10,6% em julho, mês a partir do qual começou a se estabilizar, indo a 9,7% em agosto, para então recuar.
Ressalte-se que a diminuição da inadimplência vem ocorrendo não como reflexo de menor acesso ao crédito, ao contrário. Em 2020, houve liberação pela GoiásFomento de R$ 80,817 milhões em financiamentos para micro e pequenos empreendedores goianos, atendendo um total de 1.607 contratos. Esse valor foi 152% maior do que o verificado em 2019, quando os empréstimos somaram R$ 32,068 milhões.
Tais mecanismos contribuem para que o Estado se destaque na geração formal de empregos. No ano passado, foram criadas 26.258 vagas de trabalho, o que representa mais de 18% do total do País, que somou 142.690 postos de trabalho. Em relação ao Centro-Oeste, Goiás foi responsável pela criação de mais de 50% de todos os empregos formais gerados, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.
Outro aspecto importante é o quanto as micro e pequenas empresas são fundamentais para reverter o desemprego no País. Estudo do Sebrae mostra que esses negócios conseguiram fechar 2020 com saldo positivo, respondendo por 293,2 mil novos empregos no País. Segundo o Ministério da Economia, apesar da pandemia, o Brasil abriu 3,3 milhões de empresas em 2020, um aumento de 6% em relação a 2019, e os microempreendedores individuais (MEIs) responderam por 79,3% dos novos CNPJs, além de terem representado 56,7% das 19,9 milhões de empresas ativas no País até o fim do ano.
Capacidade de adaptação, flexibilidade, inovação, numa soma de esforços dos setores público e privado, permitiram não só reduzir impactos como obter ganhos no ano que há pouco terminou. Neste 2021 que se inicia, as perspectivas são mais animadoras devido à vacina que vai proteger a vida, a saúde e, como consequência, renovar os ânimos e aumentar a confiança de investidores e consumidores. Uma retomada dinâmica, com crédito para empreender de forma responsável, garantindo que os compromissos sejam cumpridos no prazo previsto.
Hudson Marçal, gerente de Prospecção de Negócios da GoiásFomento
Artigo publicado no Jornal Diário da Manhã, em 10.02.2021